Uma coisa eu tenho que falar sobre mim mesma. Eu não sou legal. Não é que eu seja ruim, nada disso, não, não! É que eu não sou legal mesmo! Eu não faço questão de ser legal, boa, ou boazinha, ou até mesmo simpática. Também não significa que eu sou ruim. Isso também não. Acho que dá pra descrever mais ou menos assim: Eu não quero ser má, mas também não quero ser boa. Eu não quero ser boa nem má. Quero ser os dois. Enquanto ser humano “normal”, é claro que eu tenho que ter os dois lados da moeda dentro de mim. É isso que eu não entendo bem nas pessoas, essa questão que elas fazem de serem tão boas, legais, cândidas, fazerem o bem, mesmo que enquanto fazem o bem, pensem o mal. Porque vamos ser bem sinceros, quantas vezes a gente olha pra roupa de uma pessoa conhecida, e diz que está linda, enquanto por dentro estamos nos escangalhando de rir, pensando em como um ser pode ser tão sem noção pra usar uma coisa daquelas?? A gente é assim! Parecer bom é mais importante do que ser a gente mesmo. Sei lá. Eu não gosto de fazer maldades, mas também não gosto de fazer bondades. Não sinto nenhum prazer específico em fazer algo de bom pra alguém, a não ser que essa pessoa tenha algum vínculo comigo, e me faça feliz vê-la feliz. De resto, nem to ligando pra nada! Isso significa que quando eu estou fazendo alguma bondade pros outros, na verdade estou cagando e andando pra pessoa. Estou fazendo mesmo é por mim! Ser apenas bom ou apenas mau, na minha modesta opinião não faz parte de ser ser humano. Tudo, e eu quero dizer exatamente isso mesmo, TUDO! É composto de bem e mal, lado A e lado B, bonito e feio. Tudo tem um pouco de tudo. E se tudo tem um pouco de tudo, se tudo tem dois lados, porque diabos, alguém poderia me explicar, eu tenho que ser boazinha? Falar coisas boas? Fazer coisas boas? Desviar meu caminho pra ser legalzinha (e falsa) com alguém? Porque falando sério, tirando alguns autênticos, que são de uma maneira especial, bons de verdade, que são daquela maneira porque são assim mesmo e pronto, e não porque a cristandade ordena que devemos ser bons, dar a outra face, e outras sandices dessa natureza, nós, seres humanos, somos um grande lixo de maldade! E sabe o que é mais curioso? É que ser mau não é ruim! Ser mau é parte da gente, da nossa natureza, ainda que estejamos acostumados a esconder, controlar, maquiar essa parte nossa.
As pessoas têm vergonha de ser da maneira que realmente são, e acabam sempre sendo da maneira como devem ser, e acham errado que os outros ajam de maneira natural, ainda que isso signifique fingir que se é exatamente bom, ou cristão, ou “normal”. Existe um certo prazer em parecer bom, e altruísta, e ter um “coração de ouro”. Um prazer mórbido de agradar e ser admirável.
Eu prefiro ser do jeito que me deixe mais feliz. Minha consciência está desabilitada para certos recursos. Ocasionalmente as pessoas gostam de se fazer de vítimas, ou de bancar os coitadinhos... Tem uma coisa que todo mundo deveria saber: Eu não tenho pena. Não tenho dó. Eu gosto de fazer coisas estranhas. Nem ligo se ninguém entende, ou se ninguém aprova. Ou se as pessoas olham e pensam que provavelmente eu vou arder no fogo do inferno. E aqui é necessário caber outra observação. Eu não tenho medo. Eu pago o preço pelas coisas que faço, e fiz.
Quando eu falo que parei de usar drogas, que minha vida mudou por causa disso, sinto que todo mundo olha pra mim como se estivesse vendo alguém que encontrou o caminho do bem na reabilitação. Bom, detesto ser estraga prazeres, mas isso é uma grande mentira. Ao parar de usar drogas, eu não o fiz porque queria deixar de ser pecadora, porque queria que minha irmã ficasse feliz, ou porque queria dar um bom exemplo para os meus sobrinhos. Parei porque tive medo de morrer, e estava extremamente doente na época. Não assinei um contrato, ou compromisso, ou acordo. Fiz porque na época eu quis, e se um dia, qualquer dia, eu resolver que voltar a fumar pedra, vai ser legal, vou curtir, eu vou voltar. Sem medo, nem vergonha, nem culpa e muito menos peso na consciência. Como sempre, eu não fiz nem faço nada pensando na felicidade alheia. Faço o que quero, sem vínculos com padrões “normais”, ou pessoas da minha convivência, ou medo de não ser aceita ou amada. Foda-se o que os outros pensam. Foda-se os padrões cristãos e normais da sociedade. O mais legal nisso tudo, é que eu não vivo dentro de limites, normas, ou preconceitos que geralmente estão dentro da gente mesmo. As pessoas têm dificuldade de aceitar, mais do que a opinião alheia, a sua própria, de tão enraizadas que estão todas essas regras de convivência social.
Eu ando sim, à margem. E vixe, isso é legal! Não importa o que os outros digam. Quando as pessoas olham pra mim, elas podem criticar, ou desaprovar, mas lá dentro, no fundo mesmo, eu sei da inveja que as pessoas manipuladas sentem de quem faz exatamente o que quer.
As pessoas têm vergonha de ser da maneira que realmente são, e acabam sempre sendo da maneira como devem ser, e acham errado que os outros ajam de maneira natural, ainda que isso signifique fingir que se é exatamente bom, ou cristão, ou “normal”. Existe um certo prazer em parecer bom, e altruísta, e ter um “coração de ouro”. Um prazer mórbido de agradar e ser admirável.
Eu prefiro ser do jeito que me deixe mais feliz. Minha consciência está desabilitada para certos recursos. Ocasionalmente as pessoas gostam de se fazer de vítimas, ou de bancar os coitadinhos... Tem uma coisa que todo mundo deveria saber: Eu não tenho pena. Não tenho dó. Eu gosto de fazer coisas estranhas. Nem ligo se ninguém entende, ou se ninguém aprova. Ou se as pessoas olham e pensam que provavelmente eu vou arder no fogo do inferno. E aqui é necessário caber outra observação. Eu não tenho medo. Eu pago o preço pelas coisas que faço, e fiz.
Quando eu falo que parei de usar drogas, que minha vida mudou por causa disso, sinto que todo mundo olha pra mim como se estivesse vendo alguém que encontrou o caminho do bem na reabilitação. Bom, detesto ser estraga prazeres, mas isso é uma grande mentira. Ao parar de usar drogas, eu não o fiz porque queria deixar de ser pecadora, porque queria que minha irmã ficasse feliz, ou porque queria dar um bom exemplo para os meus sobrinhos. Parei porque tive medo de morrer, e estava extremamente doente na época. Não assinei um contrato, ou compromisso, ou acordo. Fiz porque na época eu quis, e se um dia, qualquer dia, eu resolver que voltar a fumar pedra, vai ser legal, vou curtir, eu vou voltar. Sem medo, nem vergonha, nem culpa e muito menos peso na consciência. Como sempre, eu não fiz nem faço nada pensando na felicidade alheia. Faço o que quero, sem vínculos com padrões “normais”, ou pessoas da minha convivência, ou medo de não ser aceita ou amada. Foda-se o que os outros pensam. Foda-se os padrões cristãos e normais da sociedade. O mais legal nisso tudo, é que eu não vivo dentro de limites, normas, ou preconceitos que geralmente estão dentro da gente mesmo. As pessoas têm dificuldade de aceitar, mais do que a opinião alheia, a sua própria, de tão enraizadas que estão todas essas regras de convivência social.
Eu ando sim, à margem. E vixe, isso é legal! Não importa o que os outros digam. Quando as pessoas olham pra mim, elas podem criticar, ou desaprovar, mas lá dentro, no fundo mesmo, eu sei da inveja que as pessoas manipuladas sentem de quem faz exatamente o que quer.