17 março 2011

Alguma pessoas podem dizer que meus relacionamentos são superficiais, porque geralmente me relaciono muito melhor de maneira virtual. Poucos amigos, poucos contatos. A maior parte das pessoas que realmente importam tenho muito mais contato virtual, ou só virtual.
Geralmente eu descarto as pessoas de maneira bastante fácil, não que eu ache que as pessoas sejam tão descartáveis, mas eu tento de certa maneira compreender que por mais que eu goste, ou por mais apegada que esteja a alguém, aquela pessoa de fato não me pertence. Ela passa um tempo próxima a mim, mas depois de algum tempo segue sua vida, assim como eu sigo a minha.
Algumas pessoas acham que por isso eu sou muito fria.
Na verdade não sou. E nem acho que isso seja um defeito. Cada um sente o que pode. Eu sofro bastante com as separações na verdade. Qualquer tipo de separação. A maioria das pessoas dá mais valor a relacionamentos amorosos do que a qualquer outro, o que eu de fato não entendo bem. Sempre achei que a afinidade com as pessoas fosse mais importante do que tudo, sejam os laços familiares, ou fraternos, ou de amizade, mas algumas pessoas passam por cima de tudo quando gostam de alguem de maneira romântica. Acho estranho esquecer de tudo o que se viveu no passado por causa de qualquer pessoa, não importanto o tipo ou a intensidade do amor que se sinta por ela. Mas bem, o ser humano é isso ai! Não se pode questionar muito os sentimentos. A única coisa que se pode fazer mesmo é não entender.
Voltando um pouco no assunto, geralmente depois de algum tempo eu gosto de descartar as pessoas. Não por nada, mas elas as vezes me lembram de um passado que eu talvez não tenha mais saudade, ou situações. As vezes as pessoas são tão estranhas, que por mais que se conheça elas, não me sinto a vontade, e com isso perdi grandes amigas! Quando digo grandes, me refiro a pessoas com quem tive grande afinidade no passado, e que simplesmente foram perdendo isso ao longo do tempo. Não acho que seja culpa de ninguem. Isso acontece o tempo todo.
Algumas pessoa, acho que foram irresponsáveis comigo. Porque eu penso assim. Se você tem alguma coisa, qualquer coisa, tem que cuidar. Mesmo um objeto precisa de atenção pra não ficar sujo. As amizades são assim também. As pessoas tem que cuidar! Algumas pessoas acho que não cuidaram bem da minha amizade, e eu gentilmente retirei minha oferta.
Não guardo rancor. Bem, ocasionalmente talvez eu guarde um pouco. Mas no geral encaro de maneira bastante natural esse tipo de separação, e desejo tanta sorte quanto for possivel pra achar outras pessoas que tenham a mesma afinidade comigo que as outras pessoas tiveram.
A vida é mesmo composta sempre de pequenas mortes.

13 março 2011

Estou no meio das minhas férias. Não fiz nada de bom mesmo! Nem fui em algum lugar legal, ou cinema, e vi poucas pessoas. Basicamente não sai pra quase nada.
Ficar tanto tempo trancada em casa é bom, mas em certos momentos pode ter um efeito negativo em mim, porque eu sinto que minha cabeça vai perdendo o foco com a realidade. É muito tempo sem contato com ninguem, e começo a ficar chateada de ter que falar com as pessoas até na net.
Estou passando por uma fase estranha de uns tempos pra cá. Sinto que minha cabeça não se comporta como deveria, e tenho me sentido amargamente sozinha...
Parte disso é por minha própria culpa, porque de maneira geral, eu afasto as pessoas. Não sei bem se isso é bom, ou é ruim, mas nas horas em que eu sinto que tudo está saindo um pouco da realidade, eu juro que sinto que errei muito em relação as pessoas ao longo da vida. Eu nunca fui muito afável, ou carinhosa com as pessoas, e depois de tantos anos, simplesmente me sinto mal de ter as pessoas por perto.
Eu tenho que correr pra arrumar uma solução pra esses problemas, porque eles estão se tornando um pouco irreversíveis.

07 março 2011

V B B diz:
ah, mas minhas ferias sao mais legais!

Adriano diz:
pq?

V B B diz:
pq eu nunca tiro ferias!
e vou poder ficar 16 dias trancada em casa sem ver a luz do sol!!!

Adriano diz:
hauhuahuahuhauhauhuahuhauhauhauhuahuahuah
e pensar q as pessoas tiram ferias exatamente pra ver a luz do sol

02 março 2011

Nesse final de semana que passou minha irmã veio pra cá. Sempre bom ver o restante da minha família, claro. O caso é que catei minha irmã de canto e fiz mil perguntas sobre a minha infância. Como foi, como eu era, pra ter certeza de que as coisas eram realmente do jeito que eu pensava que eram. E com grande surpresa descobri que talvez não fossem assim daquele jeito. Talvez fossem muito piores.
Eu sempre digo que perdoei minha mãe e tals, por todas as coisas que ela me fez, e é verdade. Eu não tenho mágoas disso, depois de um longo e amargo caminho até chegar ao perdão. Mas com surpresa me descobri ouvindo minha irmã dizendo que não, não perdoou e nao pretende perdoar nem a ela nem ao meu pai. Isso sim é bizarro! Na minha cabeça, minha irmã era uma espécie de extenção da minha mãe. As duas agiam juntas, e tinham os mesmos pensamentos. Era como se fossem quase uma coisa só, e com surpresa percebi que minha irmã sofreu tanto, ou mais que eu. Cada uma teve sua experiência pessoal do que era viver naquele apartamentinho com aquela familia. Minha irmã falou coisas que me fizeram me orgulhar de mim mesma, pois com razão ela me disse que somos hoje do jeito que somos, por nossos próprios méritos, porque muito pouco foi passado pra gente ao longo do nosso crescimento. Eu não sei se concordo totalmente, pois vejo muito da minha mãe em mim, mas mesmo assim me senti bem.
Minha infância sempre foi uma espécie de incógnita pra mim, e eu sempre achei que todas as famílias tivessem uma espécie de vida misteriosa que só acontecia quando ninguem mais estava por perto, assim como era na minha casa. Eu me lembro que vivia apavorada com a possibilidade de me confundir e falar algum "segredo" de família pra alguem que não pudesse saber, e até mesmo com o fato de não ter muita certeza do que era de fato um segredo, do que não era! Era uma tensão absurda o tempo todo, e um puta medo de dar uma mancada que desencadearia a raiva da minha mãe. E acreditem, a raiva da minha mãe podia ser absurda, ainda mais pra uma criança.
Eu contei coisas pra minha irmã que eu acho que nunca tinha falado antes, e juro, ela nem ficou surpresa, porque dentro daquela casa tudo podia ser considerado normal, dentro daquela puta loucura que era.
Eu sempre me perguntei porque minha mãe tratava a gente daquele jeito, principalmente porque ela era muito muito sozinha, e nós poderíamos ser as melhores amigas dela pra sempre. BFF. No entanto ela nunca nos quis como amigas. Ela se sentia superior demais, eu acho. Nós não eramos boas o suficiente pra compartilharmos seu círculo pessoal. Nós éramos inferiores.
Minha mãe ensinou muito pouco das coisas práticas do dia a dia pra mim... Muitas coisas muito simples eu descobri ao longo do tempo, ou com pessoas, ou lendo, ou mesmo sozinha, ou simplesmente observando os outros. Minha irmã me falou que uma tia nossa nos chamava de crianças de estufa... Simbólico não?
Um pouco triste na verdade... A infância se foi, não vai ser recuperada. A maioria das coisas perdidas já ficaram pra trás, e muito pouco do que ainda vem talvez realmente valha a pena, e no entanto é só isso mesmo que temos pra agarrar e fazer valer. Ainda bem que minha irmã tem seus filhos e sua família, que claro, fazem a vida dela valer muito... ^^