FUNCIONÁRIOS DO SAEMJA DECLARAM "ESTADO DE GREVE"
Eles querem que autarquia mantenha sistema de plantões e horas extras.
Os funcionários do Saemja (Serviço de Água e Esgoto do Município de Jaú) decidiram em assembléia realizada no final da tarde desta terça-feira (29/9) decretar "estado de greve". A comunicação será feita à autarquia na manhã desta quarta-feira e será dado o prazo de 72 horas previstos na legislação. Caso as reivindicações deles sobre horas extras e plantões não sejam atendidas, a greve será deflagrada na manhã do sábado (3/10). A paralisação irá atingir a totalidade dos trabalhadores da Divisão Técnica, onde estão os braçais e alguns técnicos.
A queda de braço com a superintendente do Saemja, Claudia Baccaro, vem desde o início deste mês, quando ela comunicou que as horas extras e os plantões seriam reduzidos porque o Tribunal de Contas do Estado recomendou que não se fizesse mais da forma como vinha sendo feito há 20 anos.
O Sindicato dos Funcionários Municipais de Jaú entrou na discussão e várias reuniões aconteceram. Na manhã desta terça-feira, a portas fechadas na Divisão Técnica, os funcionários foram comunicados que seria adotado o plantão à distância, quando o servidor fica em casa à disposição e pode ser chamado a qualquer momento. Esse tipo de plantão vai utilizar apenas quatro funcionários, quando no plantão na empresa o número é bem maior. Também nada foi dito sobre a elevação do adicional da hora extra de 50% para 100%.
Acompanhados pelo sindicato, através da sua presidente, Eliana Contarini, e do secretário José Antonio Cavalcante, os funcionários recusaram a proposta do Saemja e marcaram outra assembléia para o final do expediente, à tarde. Esta foi realizada na rua, em frente da Divisão Técnica, quando decidiram pelo "estado de greve".
"Com a retirada dos plantões, os salários dos funcionários do Saemja ficaram defasados. A superintendente alega que esse sistema de plantões, que há mais de 20 anos é realizado, é ilegal. Não aceitamos isso, quando na coleta de lixo adota-se o mesmo sistema", disse Cavalcante.
Embora esteja decretado o "estado de greve", conforme Cavalcante as negociações irão prosseguir pelas 72 horas após protocolada a comunicação. "Queremos a presença do prefeito, que na época da campanha esteve aqui pedindo voto e assumindo compromisso com eles de rever todos os salários e o estatuto do funcionário público. Queremos reajuste no salário-base que está defasado e a hora extra com adicional de 100%", disse o sindicalista. Conforme Cavalcante, o sindicato está dando apoio total à proposta de paralisação dos funcionários. Segundo ele, a paralisação, se houver, será feita dentro da legalidade, tomando-se todas as medidas previstas na legislação.
Os funcionários reclamam também que até a administração passada existiam apenas três cargos em comissão (sem concurso) na Divisão Técnica e que agora são oito.
A superintendente do Saemja, Claudia Baccaro, diz que não pode manter o sistema de plantões porque o Tribunal de Contas vetaria esses pagamentos no futuro.
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