29 setembro 2011

Tive que copiar e colar esse texto aqui! ^^




O MEDO


por Francisco Marengo



Faz o que tu queres há de ser tudo da Lei.


O medo é o sentimento mais comum na psique humana. Como todos os obstáculos físicos podem ser (teoricamente) superados, o maior medo do homem obviamente repousa na morte. Então por absoluto medo ou pavor desse desconhecido estado, o homem prefere não falar no assunto, ou dizer, que simplesmente não acredita na vida após a morte, considerando-a como um eterno repousar. Outras vezes buscam conforto para seus medos nas religiões dogmatizadas, impregnando sua mente com falsos conceitos, que absolutamente em nada vão lhe ajudar em seu momento derradeiro de transição. Não compreendem que a vida física por mais palpável que se possa parecer é ilusória e simplesmente constitui num reflexo da realidade eterna.


Quando estudamos a filosofia Esotérica nos deparamos que em determinado momento, necessitamos morrer para ressurgir, como a alegoria da Fênix que renasce de suas cinzas. Assim foi com Jesus cuja vida ficou enigmática quando ele completou doze anos só reaparecendo com trinta, Buda que permaneceu muito tempo no deserto, Moisés que sumiu numa cova. Todos têm em comum o fato de após terem desaparecido voltarem com suas boas novas. Especialmente Jesus que teria enfrentado nesse período toda a fúria de seus demônios interiores.


Ao dogmatizar sua mente o homem tolhe sua Verdadeira Liberdade, e passa a viver em função de um Deus temeroso, vingativo, punitivo e cruel, vivendo mais como um autômato induzido, que não compreende que ao dogmatizar-se limita o aprendizado e o aspecto evolutivo do seu espírito. Na Ciência Esotérica então este morrer para ressurgir, também chamado de “noite escura da alma”, onde adepto mergulha de cabeça no abismo de seu subconsciente e enfrenta diretamente todos os seus medos, todos os seus conflitos interiores, todos os seus demônios, todos os seus temores, aprendendo a conhecer que a verdadeira essência do ser constitui-se na vida eterna e não na morte estática e serena, assim o adepto passa a conhecer intimamente o dia de sua transição, e isto já não o amedronta, pois sua Liberdade é totalmente guiada pelo Poder de sua Verdadeira Vontade.


Amigos, todos nós somos vulneráveis. Para aprender a aplicar o conhecimento faz-se necessário buscar um caminho ou uma forma de autodesenvolvimento. Existem muitos caminhos, o meu satisfaz a mim, a minha verdade e daqueles que me acompanham, porém não é o único e nem talvez seja o melhor caminho, haja visto, haverem múltiplos caminhos e múltiplas escolhas. A busca é pessoal, as experiências que tiver de passar na vida são pessoais, pois são estas que lhe fornecerão as chaves que transmutam o conhecimento interior em sabedoria.


Devemos cuidar para que o medo não se torne uma neurose em nossas vidas. Um sábio disse: "Na natureza nada se perde, pois tudo se transforma." Isto é um fato. O físico fatalmente, cedo ou tarde, será privado de ação. Porém como nada se perde, toda riqueza mental e espiritual, jamais será perdida. Toda individualidade continua, a essência é eterna. Todos os adeptos dos mistérios podem regozijar-se ao dizer "Eu conheço o dia de minha morte!", ou ainda questionar-se sobre "qual a próxima aventura que o destino me reserva?" Pensar assim, satisfaz o espírito ante qualquer temor, pois o movimento universal é constante e as fatalidades da vida são meras lições ante a essa escola primária que é a Terra. O maior "medo" que as pessoas deveriam sentir é de não realizarem os seus Dharmas ou Missão de Vida, de não realizarem o sacrifício ou Sacro Ofício, de não terem coragem de sair de suas "zonas de conforto" para realizarem as suas Verdadeiras Vontades e não se acomodar. Isso significa que a batalha é continua na luta para quem está tentando ser um Mago. O indivíduo é derrotado quando não tenta mais e se abandona.


Quando o aspirante começa a aprender, ele nunca sabe muito claramente quais são seus objetivos. Seu propósito é falho; sua intenção, vaga. Espera recompensas que nunca se materializarão, pois não conhece nada das dificuldades da aprendizagem. Devagar ele começa a aprender... a princípio, pouco a pouco, e depois em porções grandes. E logo seus pensamentos entram em choque. O que aprende nunca é o que ele imaginava, de modo que começa a ter medo. Aprender nunca é o que se espera. Cada passo da aprendizagem é uma nova tarefa, e o medo que o homem sente começa a crescer impiedosamente, sem ceder. Seu propósito torna-se uma batalha. E assim ele depara com o primeiro de seus inimigos naturais: o medo! Um inimigo terrível, traiçoeiro, e difícil de vencer. Permanece oculto em todas as voltas do caminho, rondando a espera de suas falhas. E se o ele, apavorado com sua presença, foge, o medo, seu inimigo, terá posto um fim à sua busca. O que acontece com o aspirante se ele fugir com medo? Nada acontece a não ser que ele nunca aprenderá. Nunca se tornará um sábio. Talvez se torne um déspota, ou um pobre homem apavorado e inofensivo; de qualquer forma, será alguém vencido na vida. Seu primeiro e mais cruel inimigo terá posto fim a seus desejos.


E o que pode ele fazer para vencer o medo? A resposta é muito simples. Não deve fugir. Deve desafiar o medo, e, a despeito dele, deve dar o passo seguinte na aprendizagem, e o seguinte, e o seguinte, "step by step". Deve ter medo, pois é natural, e no entanto não deve parar. É esta a regra! E o momento chegará em que seu primeiro inimigo recuará. Aí nesse momento começará a sentir seguro de si. Seus propósitos tornar-se-ão mais fortes. Aprender não será absolutamente mais uma tarefa aterradora. E, quando chegar esse momento feliz, o aspirante pode dizer sem hesitar que derrotou seu primeiro inimigo natural.


Se o aspirante ceder ao medo, nunca o vencerá, porque se desviará da busca pelo conhecimento sagrado e nunca mais tentará buscar o caminho novamente. Mas se procurar aprender por anos junto com seu medo, acabará dominando-o, porque nunca se entregou realmente a ele.


A sabedoria adquirida não é unicamente utilizada para unicamente para objetivos pessoais, um dom na verdade nunca é só seu. Portanto, o Mago deve ter autocontrole em todas as ocasiões, tratando de tudo com zelo e lealdade, principalmente sendo fiel a tudo o que aprendeu. Se
conseguir a viver com a clareza, verá que o poder, sem controle, é pior do que quaisquer outros erros. Então, saberá quando e como usar seu Poder.


E assim terá derrotado seu pior inimigo. Tornar-se Sábio , e saberá encontrar-se com a velhice com toda dignidade!


No momento em que o Mago não tiver mais receios,
impaciências, terá toda a clareza de espírito... E este será um momento em que todo seu poder estará controlado. Sacudirá sua fadiga e viverá seu destino com plenitude, então poderá ser chamado de Sábio. Quando a vida nos proporciona coisas boas, gostaríamos que aquilo continuasse eternamente assim por tempo indefinido, no entanto, constatamos que as coisas não são assim. Daí eu pergunto, porque não explorarmos uma idéia de permanência na sua totalidade? Ora, tal pensamento por si só nos liberta do medo.


Agora falemos da morte, para falar deste assunto eu pediria que ao menos momentaneamente abandonem conceitos pré-estabelecidos, doutrinas e crenças a respeito disto, pois são idéias geradas pelo fato de termos certeza que um dia iremos morrer. Se deixarmos também, temporariamente o nosso medo de lado, poderemos agora nos defrontar com o problema. E, neste ponto eu diria que não interessa a vida do pós morte porquanto que seja um fato real. Então existe um caminho a ser percorrido para compreendermos o que é a morte e não o que existe depois dela. Daí a diferença se perguntamos o que vem depois, é porque não procuramos saber o que ela é. Mas, dou um parênteses para perguntar o que é a vida, a despeito de nossas noções e teorias sobre ela. Será que conhecemos realmente a vida, se nos deparamos insistentemente em nos debater sem cessar ante toda espécie de conflitos interiores e exteriores que constantemente nos afligem? Estamos inteiramente absorvidos num vazio interior, que jamais é preenchido pelo acúmulo de bens materiais. Dentro deste fato, o problema do que é a morte não pode ser colocado, se nem sequer conseguimos compreender inteiramente o que significa viver. As projeções de idéias, tais como reencarnação, etc., apesar de serem verdades internas diz respeito a este nosso fragmento de existência psicológica que denominamos vida. Morrer ante a esta estrutura psicológica que nos identifica morrer a cada instante, a cada dia, a cada ação que praticamos; morrer, morrer afinal o que é morrer? Uma vez que não se discuta aspectos como a morte física, somente aqueles que sabem lidar com a morte há todos os instantes, conseguem evitar o impossível questionamento interior, pois nesta morte permanente está o permanente nascimento, de uma essência vital que não pertence a este mundo. Morrer é criar, e criar é amor.


Amor é a lei, amor sob vontade.



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