07 março 2006


Uma tarde vazia, fútil e agradavel assistindo ADORÁVEIS MULHERES, que euli bem criança e se chamava Mulherzinhas - Hoje eu tenho um lindo volume encadernado para lembrar de como eu devorava a coleção de livros da comadre da minha mãe... Bem que aquela megera devia ter me dado a coleção toda... Ela nem se quer lia nada, e eu era bem carente de livros legais.
Recebi conselhos práticos de minha amiga Shantalllsss, a Talllsss.... Sobre vida amorosa, futuro prático e essas coisas chatas da vida adulta...
Eu não sei porque gosto tanto desse livrinho besta... Acho que todo mundo devia ter uma vida alegrinha, cheia d companheirismos como em Mulherzinhas? Uma familia unida e feliz na pobreza! Bom, mas se fosse uma vida feliz na riqueza era melhor. Porque todo mundo não é feliz e cooperativo como no livro? Com um monte de babados de boneca de louça e cabelos cacheados nas brasas da cozinha? Tudo tem seu lado pessimo. O Tifo, a Escarlatina e a Gripe matavam todo mundo, não existia antibiotico e arrancar um dente era um horror. Sem contar que banho era uma coisa muito rara...
Hoje não é o dia, o melhor dia pra ficar lembrando de coisas, ou fazendo comentarios imbecis sobre familias felizes... Aliás, não é o melhor dia pra nada....
05 de Março de 2006.


Hoje o dia cinzou claro o tempo inteiro. Deu um vento bom que refrescou depois de um ultimo final de semana deprimentemente quente e escorregadio. O importante é que as 6:30 da manhã de hoje eu já estava chupando os picolés que sobraram do sábado, para a alegria da peãozada, que ah, ficam felizes com quase tudo o que eu faço.
Limão e groselha pra adoçar a difícill existência no emprego.
Meu trabalho medíocre é pior ainda num verão horroroso de quente de geleiras derretendo e buracos na camada de ozônio.
Talvez porque meus hormônios efervescentes estão a La Louca, eu estou ultra irritada, e triste. A ponto de ter perdido minha paciência - que de infinita, se tornou ínfima - com meu adorado Sasquatch.
Filósofos ou não, Sasquatches ou não, os homens são todos iguais, e não adianta não se adaptar a isso. Eu sou facilmente adaptável quando quero, sorte a minha. O ruim é a rapidez com que tudo se move dentro da minha cabeça, fazendo com que eu já esteja 100 km a frente daquilo a que me tentava adaptar.
Tudo me dói esses dias. E cheia de dores estranhas, fico achando que estou com um pé dentro da cova e o outro também. Já me acostumei a esses medos, que me aconham desde a infância, quando eu me deitava numa louiquissima consciência, achando que minha irmã ia pular da beliche para me esfaquear... Eu sempre fui uma criança imaginativa e preocupada. Será que todas as crianças tem as mesmas preocupações, acompanhadas de esquizofrenia paranóide na madrugada? Não mesmo! Senão não haveria motivo para tantas pessoas quererem reviver as glórias da infência saltitante. De certo que minha infância foi única, tão estranha e infeliz quanto a minha infância poderia ser.
Mas eu sou uma sentimental. Eu me apeguei a ela, e a aceitei na riqueza e na pobreza, na saúde e na doença, e até que a morte, ou um aneurisma, ou um coma profundo, nos separe. Amén!
Crianças são bichinhos fortes que duportam grandes decepções, mães espancadoras, lares assustadores e pais apalpadores. Eu que o diga!
Accho que me tornei uma bela irresponsável, depois de tudo. Mas quem poderia me culpar não é mesmo? E eu até gosto da alegre zona em que vive minha casa, que raramente vê uma vassoura, e das contas que vez por outra se avolumam porque eu esqeueço de pagar. Na maioria das vezes nem esqueço não. É que eu não tenho dinehiro mesmo. Meus vencimentos são insuficientes. Uma adulta normal já estaria desencavando outro emprego mais promissor do que a portaria do Saemja, mas eu, de verdade, que não ligo muito pra nada, além de não ter perspectiva alguma de futuro. Sempre me parece que estou só "vendo passar", até que eu passe também, e creio que nem demora tanto pra isso.
São perspectivas sombrias em uma Segunda-feira mais sombria ainda, mas. com 34 anos, e sem nenhuma propenção real para acreditar que a vida começa aos 40, ainda mais com a saúde de bosta que eu tenho - tantos e tantos comprimidos por dia... - e com uma saúde mental mais do que pitoresca, pr adizer o mínimo, credio que se eu ainda estiver aqui nos próximos 10 anos, já posso fechar as portas com louvor. E cá pra nós, é mais do que eu achava que conseguiria, e claroq ue nem ouso pedir mais. Longos e enfadonhos tediosos 10 anos a frenteme parecem ainda mais torturantes que os ultimos 34 que já vivi.
Pois vejamos, se em média todos que conheço, sofreram sindrome do pânico por 8 à 12 anos, e eu já me descabelo a 2 anos me tratando e recaindo, e voltando, mais 10 anos de vida significam, no mínimo, uns 8 anos a frente sofrendo de um mal horrivel que não desejo nem para o meu chefe paspalhão, nem para qualquer outro que eu porventura odiei, coisa que procuro evitar, aliás.
Bem, essas são perspectivas nada animadoras pra um resto de vida de uma funcionária pública que abre e fecha portões, e que lê Flaubert pra passar o tempo.
Bem, que os muito felizes ou extremamente otimistas me perdoem. Provavelmente a culpa de tudo sejam minhas fases hormonais, mas minha princiapl caracteristica sempre foi o que eu gosto sempre de chamar de realismo, mas pessoas de pouca imaginação julgam ser pessimismo.
Eu sou uma realista convicta, e até porque passo metade domeu tempo caindo, e a outra metade tentando levantar, é que sei o quanto dói cair de lugares altos demais, e infelizmente, minhas pequenas asas de fada não me fazem voar.
Tudo isso é cansativo demais. Todo esse controle que eu não tenho sobre a vida enche meu saco. Tenho pensado muito no que fazer, alguma coisa que dê uma bicuta inicial na pelota de um projeto sensacional que vai fazer minha vida mudar! Mas, o que pode ser sensacional nessa cidade, e na verdade, o que pode ser sensacional nesse mundo??

Um comentário:

Anônimo disse...

Olha, o q eu vou escrever aqui é sobre o post do 'mulherzinhas' tá;;; ?
eu devo ter tomado conhaque demais e não acho o lugar certo de clicar! ~:)
então... o q eu ia dizer é..
´peraí, deixe-me ler de novo.
Ah tá..
Me surpreende você ainda falar sobre um livro desse tipo que você tenha lido,,, quer dizer, você sabe que não é mais assim,, (ou q nunca foi assim,,) então, por que falar dele,, quer dizer... pq ainda se perguntar se exite gente assim no mundo?!?!
Nossa, eu tô parecendo o garoto do Apanhador no Campo de Centeio dizendo tanto 'quer dizer's...
Por falar nele, pra vc:
"(...)Quando já estava pronto para partir, com as malas e tudo, parei no alto da escada e dei uma última olhada pela droga do corredor. Acho que chorei, nem sei porquê. Pus o chapéu de caça vermelho na cabeça, virei a aba para trás, COMO GOSTAVA, e aí dei um berro, com toda a força:
- Durmam bem, seus imbecis!"
b-jozz