A minha cabeça, eu tenho que dizer, é privilegiada. Pelo menos eu acho. Tirando as milhares de coisas que eu não entendo, as que eu consigo entender entendo profundamente, de uma maneira até mesmo assustadora para os menos preparados. Entender as pessoas é difícil, ou até mesmo, quase impossível, mas quando se consegue chegar ao fundo da compreensão da mente de uma pessoa, é assustador. De verdade.
Ocasionalmente consigo entender algumas pessoas, ma as mais simples, as que funcionam por conta própria, como se estivessem soltas no mundo, sem profundidade, sem a prisão dos pensamentos, essas me são totalmente estranhas. Parece que quanto mais simples as mentes, mais complexas elas são.
Talvez seja assim mesmo que tenha que ser. A simplicidade deve ser o fim da linha, e não o meio. Alcançar paz de espírito, que deve ser mais importante que salário, casamento, felicidade e vida, deve ser o fim do caminho que chega a simplicidade. O não pensar, o não perceber. Quanto mais se percebe do mundo, menos paz se tem.
A minha mkente trabalha contra mim. Totalmente contra mim. Quando eu espero que as coisas se acertem e comecem a funcionar normalmente, ela se torce. É como se ela se alargasse e ficasse fina. Se esticasse toda, e tudo ficasse estranho. Mais estranho do que já é. Eu sinto as coisas de um jeito diferente. Apavorante. Totalmente assustador, como se de repente eu fosse jogada pra outro mundo, e tudo pudesse acontecer lá. Isso acontece de várias maneiras. As vezes ataques de pânico, as vezes crises horríveis de depressão, mas na maioria das vezes minha percepção de tudo fica estranha e alterada. Como se já não fosse uma coisa horrível sentir medo o dia todo, todos os dias. Depois que se tem a primeira crise de pânico, elas não te deixam nunca mais, ou pelo menos, nunca me deixaram. Estão lá, escondidas, como se estivessem observando por uma fresta, e quando eu finalmente abaixo a guarda, pronto, elas vem atrás de mim e me consomem. As pessoas não imaginam o que deixam pra trás quando saem daqui e me deixam sozinha. Mas eu agüento. Sempre agüento. Eu enfrento meus medos.
A maioria das pessoas não entende nada disso. Não importa o quanto sejam esclarecidas ou inteligentes, elas não conseguem alcançar o que passa na cabeça dos outros. A variedade, o monte de sentimentos estranhos que passam pela cabeça de cada um. Vontades, desejos, e as coisas secretas, que ficam escondidas no fundo, mas que existem lá, naquele plano que a gente tenta ignorar. Os medos, a angústia particular inside. Infelizmente a maioria só enxerga o que se passa dentro delas próprias, sem se interessar no conjunto de tudo o que vivemos a cada dia. As pessoas só olham pra uma direção, e perdem todo o resto à volta delas. Vai saber? Vai ver que é assim que as coisas devem ser. Mesmo!
Acho que todo mundo no mundo quer achar uma alma gêmea. Geralmente esse desejo se traduz num grande amor. Mas achar uma pessoa que entenda a outra, que queira as mesmas coisas, seja em que plano de relacionamento for, já é achar um grande amor. Na maioria das pessoas, esse grande amor é um grande amor romântico, e vou dizer uma coisa. Não há nada mais chato do que um amor romântico quando não se está envolvido nele, e geralmente eu não estou envolvida nele!! Mas eu sempre me confundo. Eu não tive grandes amores. Nunca, nunca!! O único que conto como um grande amor, foi o primeiro da infância, quando ele ainda era o que ele era antes de ser o que é hoje, essa pessoa estranha. Antes, no passado distante da juventude, ele era uma pessoa viciada e incrivelmente triste, devastada. Inteligente e vazia ao mesmo tempo, e claro, totalmente parecida comigo. Foi meu grande amor! Meu grande amor foi uma pessoa como eu, incrivelmente parecida comigo, mas com mais força! Eu estava buscando a mim mesma!
Os outros foram os pequenos amores... Os que eu tentei amar de todo jeito pra não me sentir tão sozinha, pra sentir que tinha alguem comigo, pra achar que podia ser normal que nem todas as outras pessoas, porque elas viam que tinha alguma coisa errada comigo, mas eu mesma nunca consegui chegar lá... Não consigo sentir aquilo tudo, e fico mentindo pra mim, e mentindo pros outros. Fico tentando disfarçar, e no final, não consigo devolver o que me dão. No final, eu queria que as pessoas morressem e desaparecessem, e me deixassem em paz sozinha.
Existe uma explicação altamente lógica pra eu não gostar de ter nenhum tipo de contato com pessoas do passado, tirando algumas pouquíssimas. Eu não gosto de lembrar dessas fases de imitação e desespero, e tentativas frustradas de aparentar uma normalidade que não existe em mim, pelo menos, não nesse ponto.
Eu nunca me sinto a vontade. Estou sempre me sentindo como se estivesse em frente a uma platéia gigante que está me analisando e me julgando, me olhando, até mesmo quando estou sozinha, apesar de que nessas situações melhora um pouco. É como se eu nunca estivesse totalmente sozinha. Nunca, nunca.
As pessoas buscam no grande amor a intimidade de se sentirem a vontade mesmo quando estão junto de uma pessoa. Eu não consigo entender isso! Sempre que estou do lado de alguém, morando com alguém, seja lá quem for, família, amigos, namorado, namorada, é como se aquela platéia estivesse em volta. Eu fico o tempo todo fingindo. Sempre fingindo que gosto de contato e convivência, como se tudo isso fosse a coisa mais normal do mundo. Mas pra mim não é.
Eu até entendo essa busca por intimidade, na realidade. É duro ser sozinho, mas não esse desespero de ter alguém do lado 24 horas por dia! As pessoas buscam isso, fazem de tudo!
Quando eu era pequena e meu pai foi embora, eu me senti triste, e chorei, e todo aquele stress, apenas pra descobrir em pouco tempo que com a ida dele, o vazio da presença deixava mais espaço pra mim mesma! Outra Andréa, outras Andréas, outras coisas e outras vivências, e eu entendi que quando as pessoas vão embora, elas deixam espaços pra trás. Nesses espaços, eu tento me sentir a vontade. Eu os preencho, quase não sinto falta das pessoas que foram.
Todo mundo costuma me dizer o quanto eu fui heróica e desprendida durante a doença da minha mãe e sua morte. A verdade? Foi um grande alívio. Não por nada. Eu gostava dela, mas não o suficiente pra passar o resto da minha frágil e curta vida ao lado dela. A solidão é sempre a resposta.
Eu não quero ter que ver as pessoas, ou falar com elas sempre. Eu gostaria de poder só observar. Só observar um pouco as pessoas que eu gosto, e entender como é que elas vivem desse jeito, com pessoas em volta e toques, e doces angustias diárias, desligadas do grande mundo em volta, em busca do grande amor. Sempre tentando, sem desistir nunca, por mais que digam que desistiram. Eu queria tanto entender porque comigo as coisas são tão diferentes! Não queria mudar não. Nada! Eu só queria compreender onde as coisas ficaram confusas comigo. Onde eu perdi o prazer de estar do lado das pessoas, apesar de achar que sempre foi assim... Onde eu perdi o interesse no comum, no cotidiano, apesar de poder jurar que nunca me interessei mesmo por nada. Tudo, e nada no mundo me chamam a atenção. Tudo de uma maneira dolorida, cada pessoa e cada cachorro, e cada célula, e nada de ninguém, as vezes nem de mim mesma...
Ocasionalmente consigo entender algumas pessoas, ma as mais simples, as que funcionam por conta própria, como se estivessem soltas no mundo, sem profundidade, sem a prisão dos pensamentos, essas me são totalmente estranhas. Parece que quanto mais simples as mentes, mais complexas elas são.
Talvez seja assim mesmo que tenha que ser. A simplicidade deve ser o fim da linha, e não o meio. Alcançar paz de espírito, que deve ser mais importante que salário, casamento, felicidade e vida, deve ser o fim do caminho que chega a simplicidade. O não pensar, o não perceber. Quanto mais se percebe do mundo, menos paz se tem.
A minha mkente trabalha contra mim. Totalmente contra mim. Quando eu espero que as coisas se acertem e comecem a funcionar normalmente, ela se torce. É como se ela se alargasse e ficasse fina. Se esticasse toda, e tudo ficasse estranho. Mais estranho do que já é. Eu sinto as coisas de um jeito diferente. Apavorante. Totalmente assustador, como se de repente eu fosse jogada pra outro mundo, e tudo pudesse acontecer lá. Isso acontece de várias maneiras. As vezes ataques de pânico, as vezes crises horríveis de depressão, mas na maioria das vezes minha percepção de tudo fica estranha e alterada. Como se já não fosse uma coisa horrível sentir medo o dia todo, todos os dias. Depois que se tem a primeira crise de pânico, elas não te deixam nunca mais, ou pelo menos, nunca me deixaram. Estão lá, escondidas, como se estivessem observando por uma fresta, e quando eu finalmente abaixo a guarda, pronto, elas vem atrás de mim e me consomem. As pessoas não imaginam o que deixam pra trás quando saem daqui e me deixam sozinha. Mas eu agüento. Sempre agüento. Eu enfrento meus medos.
A maioria das pessoas não entende nada disso. Não importa o quanto sejam esclarecidas ou inteligentes, elas não conseguem alcançar o que passa na cabeça dos outros. A variedade, o monte de sentimentos estranhos que passam pela cabeça de cada um. Vontades, desejos, e as coisas secretas, que ficam escondidas no fundo, mas que existem lá, naquele plano que a gente tenta ignorar. Os medos, a angústia particular inside. Infelizmente a maioria só enxerga o que se passa dentro delas próprias, sem se interessar no conjunto de tudo o que vivemos a cada dia. As pessoas só olham pra uma direção, e perdem todo o resto à volta delas. Vai saber? Vai ver que é assim que as coisas devem ser. Mesmo!
Acho que todo mundo no mundo quer achar uma alma gêmea. Geralmente esse desejo se traduz num grande amor. Mas achar uma pessoa que entenda a outra, que queira as mesmas coisas, seja em que plano de relacionamento for, já é achar um grande amor. Na maioria das pessoas, esse grande amor é um grande amor romântico, e vou dizer uma coisa. Não há nada mais chato do que um amor romântico quando não se está envolvido nele, e geralmente eu não estou envolvida nele!! Mas eu sempre me confundo. Eu não tive grandes amores. Nunca, nunca!! O único que conto como um grande amor, foi o primeiro da infância, quando ele ainda era o que ele era antes de ser o que é hoje, essa pessoa estranha. Antes, no passado distante da juventude, ele era uma pessoa viciada e incrivelmente triste, devastada. Inteligente e vazia ao mesmo tempo, e claro, totalmente parecida comigo. Foi meu grande amor! Meu grande amor foi uma pessoa como eu, incrivelmente parecida comigo, mas com mais força! Eu estava buscando a mim mesma!
Os outros foram os pequenos amores... Os que eu tentei amar de todo jeito pra não me sentir tão sozinha, pra sentir que tinha alguem comigo, pra achar que podia ser normal que nem todas as outras pessoas, porque elas viam que tinha alguma coisa errada comigo, mas eu mesma nunca consegui chegar lá... Não consigo sentir aquilo tudo, e fico mentindo pra mim, e mentindo pros outros. Fico tentando disfarçar, e no final, não consigo devolver o que me dão. No final, eu queria que as pessoas morressem e desaparecessem, e me deixassem em paz sozinha.
Existe uma explicação altamente lógica pra eu não gostar de ter nenhum tipo de contato com pessoas do passado, tirando algumas pouquíssimas. Eu não gosto de lembrar dessas fases de imitação e desespero, e tentativas frustradas de aparentar uma normalidade que não existe em mim, pelo menos, não nesse ponto.
Eu nunca me sinto a vontade. Estou sempre me sentindo como se estivesse em frente a uma platéia gigante que está me analisando e me julgando, me olhando, até mesmo quando estou sozinha, apesar de que nessas situações melhora um pouco. É como se eu nunca estivesse totalmente sozinha. Nunca, nunca.
As pessoas buscam no grande amor a intimidade de se sentirem a vontade mesmo quando estão junto de uma pessoa. Eu não consigo entender isso! Sempre que estou do lado de alguém, morando com alguém, seja lá quem for, família, amigos, namorado, namorada, é como se aquela platéia estivesse em volta. Eu fico o tempo todo fingindo. Sempre fingindo que gosto de contato e convivência, como se tudo isso fosse a coisa mais normal do mundo. Mas pra mim não é.
Eu até entendo essa busca por intimidade, na realidade. É duro ser sozinho, mas não esse desespero de ter alguém do lado 24 horas por dia! As pessoas buscam isso, fazem de tudo!
Quando eu era pequena e meu pai foi embora, eu me senti triste, e chorei, e todo aquele stress, apenas pra descobrir em pouco tempo que com a ida dele, o vazio da presença deixava mais espaço pra mim mesma! Outra Andréa, outras Andréas, outras coisas e outras vivências, e eu entendi que quando as pessoas vão embora, elas deixam espaços pra trás. Nesses espaços, eu tento me sentir a vontade. Eu os preencho, quase não sinto falta das pessoas que foram.
Todo mundo costuma me dizer o quanto eu fui heróica e desprendida durante a doença da minha mãe e sua morte. A verdade? Foi um grande alívio. Não por nada. Eu gostava dela, mas não o suficiente pra passar o resto da minha frágil e curta vida ao lado dela. A solidão é sempre a resposta.
Eu não quero ter que ver as pessoas, ou falar com elas sempre. Eu gostaria de poder só observar. Só observar um pouco as pessoas que eu gosto, e entender como é que elas vivem desse jeito, com pessoas em volta e toques, e doces angustias diárias, desligadas do grande mundo em volta, em busca do grande amor. Sempre tentando, sem desistir nunca, por mais que digam que desistiram. Eu queria tanto entender porque comigo as coisas são tão diferentes! Não queria mudar não. Nada! Eu só queria compreender onde as coisas ficaram confusas comigo. Onde eu perdi o prazer de estar do lado das pessoas, apesar de achar que sempre foi assim... Onde eu perdi o interesse no comum, no cotidiano, apesar de poder jurar que nunca me interessei mesmo por nada. Tudo, e nada no mundo me chamam a atenção. Tudo de uma maneira dolorida, cada pessoa e cada cachorro, e cada célula, e nada de ninguém, as vezes nem de mim mesma...
2 comentários:
virgi santa...
ia comentar mas tava virando uma novela... entaum vou fazer um post no blablabla cast pro c despues
uhahahuauh eu sei q mereço mesmo
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