18 fevereiro 2011

Ocasionalmente tenho me deparado com várias e várias pessoas se preocupando de fato com coisas que pra mim não representam nada. Claro que isso não quer dizer que são coisas sem importância, pelo fato de não importarem pra mim.
As coisas importantes pra mim talvez sejam idiotas se comparadas a outros tipos de preocupações. Preocupações maternas, físicas, existenciais, ou sei lá mais o que.
Nossa mente e nossa fisiologia criam o tamanho da importância que cada coisa tem no mundo, dentro do universo de cada um. Isso é bem mais simples do que aparenta, quando se olha de fora. A realidade é que cada um tem um parãmetro diferente e pronto.
Ainda assim....
Bem, ainda assim, as vezes me é difícil entender a importância que as pessoas dão pra certas coisas! As pessoas mais simples se importam com coisas mais simples, dentro de sua própria natureza, então, claro, minhas questões existenciais são bosta pra elas. É assim que tem que ser, e é assim que de fato é. Perfeitamente compreensível...
Mas e as pessoas que se consideram mais apuradas intelectualmente? Qual a desculpinha esfarrapada pra terem essas cabecinhas, cheias de idéias vergonhosas?
O todo sempre deve ser valorizado. A importância seletiva de cada um deve sempre ser levada em consideração. Porém, o fútil, que também é ocasionalmente importante, é apenas isso. Futilidade. Quem não gosta de coisas fúteis? Ou como diz a Shantall, de futilidades necessárias? Todo mundo!! Porque tudo o que tem espaço no mundo, tem importância, e sendo alvo do desejo, tem que ser levado em consideração, e avaliado com atenção. Mas ainda assim senhoras e senhores, o fútil, é apenas isso. Futilidade.
E qual seria a dificuldade presente no ato de reconhecer que assim como qualquer outra pessoa, gostamos do que as vezes não tem importância maior do que agradar ao ego?
Po, fico puta com quem fica bancando o intelectual foda, mas que na hora de reconhecer que gosta de alguma coisa idiota, cria importâncias irreais pra isso.
Ora, ora, ora.... Se gostamos de gastar dinheiro comprando brinquedos, então foda-se! Somos infantis mesmo! Se queremos gastar com jóias, então foda-se também! A coração quer o que o coração quer! Corremos atrás do amor romântico irreal só pra depois levarmos um pé na bunda que vai nos tirar do rumo pelas próximas décadas? Então foda-se! Temos ilusões românticas a respeito do que o mundo teria que ser, mas que nunca será! Só vemos a beleza física quando olhamos nos olhos das pessoas, e esquecemos da alma que repousa atrás dos olhos, essa sim, crucial pra que o verdadeiro encontro ocorra? Então foda-se! Somos burros mesmo! Fingimos que esquecemos que beleza física é de todos os modos finita, e fugaz.
Afinal, a vontade aliviada de objetivos é de todo modo perfeita...
Mas porque é que as pessoas tem que fingir? Inventar verdades estúpidas pra contornar sua futilidade plenamente aceitável?
Ah não, não. Assim não dá! Isso cansa! Cansa muito ter que lidar com isso! E ocasionalmente ainda dou a sorte de ter que encontrar esse tipo de pessoa, que tem a vontade, a suprema vontade de ser especial, se sentir especial, e pobres, são a sombra, sempre! E ser a sombra do mundo deve ser chato, e triste...
As vezes qualquer coisa é mais fácil do que passar na multidão e não ser notada, porque tem aquela simplicidade que só o interior externo proporciona pra essas almas, quando o interior interno é tão vazio... Elas estão lá, mas não são ninguem, e é tão tocante perceber que o que é simples pra alguns, é tão trabalhoso pra outros. E então sim, há a tentativa de transformar o dia a dia em algo incrível! Não por si mesmo, ou talvez sim, por sí mesmo, porque é duro ver que a vida passa, e o tempo urge, e elas estão inseridas no mundo como se estivessem camufladas. Sim, sim... Algumas pessoas não representam nada. Não são ninguem... E qualquer desculpa esfarrapada pra convencer que não é assim, que não, elas não são assim, vale muito. Pra convencer e pra se convencer! Principalmente se convencer!
Ainda assim, pessoas, o que é nada, por mais que tentem fingir, modificar a percepção, continua represnetando nada. O que aparentemente não tem serventia, serve de exemplo sempre, ainda que negativo. Então, quando vemos essas pobres pessoas passando, se importando tanto, sabemos que elas tem sim, uma função na cadeia que move todas as coisas.
O texto se extendeu. Não vale a pena pensar tanto nisso, talvez. Porém, uma frase que tenho lido ultimamente, e que serve pra isso, e serve pra tudo.
"Que a misericórdia seja banida: malditos aqueles que se apiedam!" (AL III,18)
No mercy!

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