01 novembro 2008

A semana foi bizarra. Foi ponto facultativo na segunda, e feriado na terça, o que significa que eu trabalhei, lógico. Fez um calor absolutamente insano, anormal e imoral, o que fez com que os três ultimos dias da semana, que deveriam passar bem rápido, se arrastassem, e durassem aproximadamente 6 dias...
Porém... Coisas boas também aconteceram. Por exemplo: Assinei os papéis para mudar de cargo, e fiquei feliz com isso, pois significa que vou ganhar um pouquinho mais. Pouquinho mesmo, mas mesmo assim é uma vitória. No entanto o trabalho que eu vou fazer é o mesmo, o que também significa que eu estou numa barreira profissional, não que ser funcionária pública seja profissão, mas até que é divertido as vezes, e ganho a vida fazendo isso.
Não gosto de trabalhar com público. Gosto de trabalhar trancada numa sala sozinha e sem ver ninguém, como se isso fosse possível... É um impasse! Eu não sei com o que eu gostaria de trabalhar. Mas deve ser uma coisa que eu possa fazer sozinha e trancada numa sala fresca e não muito iluminada. Meu chefe deve falar baixo, porque pra mim, cara que grita ta querendo dar a bunda e não tem coragem de falar isso aos quatro ventos, então fica histérico, enchendo o saco e berrando com as pessoas.
Um passo de cada vez. Por enquanto tô muitissimo feliz de saber que de alguma mneira minha situação trabalhista melhorou muito, graças apenas ao meu esforço, e a tudo o que eu mostrei!
Essa semana tive um ataque de pânico forte e rápido de madrugada, o que me deixou levemente apavorada. Num tinha isso a tempos, e sabe como é, a gente acha que nunca vai ter de novo, mas sempre acaba tendo. Num tinha ninguem pra ligar, nem ninguém no quarto ao lado pra eu acordar e segurar minha mão e me deixar menos apavorada. Nessas situações a primeira coisa que eu faço é me vistir. Fico pronta pra chamar a ambulância no caso de eu realmente ter um daqueles que me mandam pro hospital meio morta sem saber o motivo. Tenho um pânico secreto de ficar dias e dias morta em casa sem ninguém perceber, e com o tempo meus cachorros também morram de fome, e ai quando as pessoas realmente sentirem minha falta, ou porque eu já tô a dias sem aparecer no trabalho, ou meus "amigos" precisarem de alguma coisa que eu posso fazer por eles, eles me descubram meio podre, com fluidos secos em volta do meu corpo, e a Dolores mortinha de fome e tristeza ao meu lado.
Aliás, essa é minha mais nova paranóia. Meu tempo tá acabando. Eu tô morrendo. Eu não costumo ter dons divinatórios, mas tem gente que nunca teve e de repente tem, ué! E se essa sensação não for maluquice da minha cabeça? As coisas acontecem seguindo uma certa ordem, e vão acontecendo da maneira certinha que minha cabeça diz que vão acontecer, pra preparar tudo pro meu fim, que não deve demorar muito, talvez chegue no primeiro trimestre do ano que vem, no máximo no começo do segundo. Se eu estiver errada, talvez eu nem chegue até o ano que vem. Então, passo o tempo inteiro pensando: falta pouco agora, tenho que aproveitar. Mas a realidade é que não aproveito. Minha vida continua massante. Continua igual e entediante, com sonhos medíocres, desejos impossíveis, sonhos impossíveis e desejos medíocres e todas aquelas coisas de sempre, sempre e sempre...
*
Nessa semana eu e a Carmen fomos num velório do pai de um rapaz que trabalha com a gente, e pra virar lenda urbana de uma vez, o safado do Ademir, de propósito, levou a gente no velório errado! 0.o A Carmen como uma profissional do velório já meteu a mão no defunto e fez uma oração, sinal da cruz. Eu fiquei com aquela cara de velório mesmo, e logo na sequência ele nos levou pra outro velório numa sala ao lado, que era o certo, mas eu não sabia disso, claro! E já olhei pro morto achando que ele tava bem acabadinnho mesmo. Ainda bem que eu não falei isso pra ninguem, senão seria foda! Nos ultimos dois dias todo mundo vira pra gente e pergunta se vamos ou não vamos no velório do fulano ou do siclano, mas pra não errarmos o velório! Dei risada depois, mas na hora queria arrancar o defunto dali e enfiar o Ademir lá dentro, que morreu de dar risada da nossa cara o tempo todo!
Demorei semanas e semanas pra ler um livro do tipo simples que a Luzia me emprestou. Um livro insignificante em relação a tamanho, mas mesmo assim demorei horrores, mas quando me entusiasmei pelo livro de verdade, simplesmente acabei ele em meia hora... Agora tô sem um livro realmente interessante praler! =[ Não que esse que eu li seja a coisa mais interessante do mundo. Era O Diário de Bridget Jones, o que me alertou que eu tenho mais de 30 e que não tenho parceiro fixo, e que não vou casar e muito menos ter filhos. Não que eu quisesse, mesmo porque tenho pânico só de pensar em uma pessoa enfiada na minha casa. Teria que ser um verdadeiro amor daqueles da Cinderella, e infelizmente eu não acho que possa amar tanto alguém, porque eu prefiro gastar meu tempo pensando em coisas mais interessantes, como por exemplo, EU MESMA! =D
É que nem ter filho. Como é que eu posso imaginar em gastar grana comprando brinquedos pra um ser em vez de comprar brinquedos realmente interessantes pra mim mesma???????? Ocasionalmente algum cego idiota me pergunta quando vou casar, o que, olhando pra mim, qualquer animal perceberia ser impossivel isso acontecer, pelo menos por enquanto. Mas como solteiraq eu não deveria estar levando uma vida super emocionante e estimulante? Indo a lugares legais, com amigos intelectuais, que eu deveria ter! Eu deveria ter amigos legais e intelectuais com quem eu poderia conversar qquer tipo de coisa que passe pela minha cabeça. Só que eu encontro problemas nesse quesito... A maioria dos meus amigos não é assim tão intelectual, e os temas que eu acho realmente que deveria desenvolver, ficam em segundo lugar pros romances da internet, as menininhas do orkut, o preço da maconha, a dificuldade de se achar drogas, as atividades de todos os viciados de Jaú (como se eu, que penso em voltar a usar drogas pelo menos 57 vezes por dia e fio lutando o tempo todo pra não usar, precisasse saber disso), e os problemas amorosos de cada um! Os poucos que realmente poderiam ser muito interessantes são: intimidantes demais, casados com mulheres ou homens mediocres (que me dão nojo só de pensar e me fazem achar que todo ser humano realmente inteligente tem algum problema com sua inteligência emocional), estão presos em algum lugar distante de mim (o que impossibilita qualquer tentativa de proximidade e programas culturais divertidos), querem ficar falando sacanagem pela internet, o que sinceramente, num dá, porque só de pensar em bucetinha molhadinha e pau duro pingando de tesão, já faz meu estômago dar mil e uma voltas! Pô, num consigo nem apertar a mão da maioria das pessoas sem fazer aquela cara de quem tá chupando um limão e correr discretamente pra lavar! Será que as pessoas simplesmente não entendem nada????? Quando eu falo que não curto contato, já é pensando na economia de explicações posteriores, mas não adianta... ai, ai... As pessoas, de fato, não entendem nada mesmo....

Um comentário:

Anônimo disse...

As pessoas não entendem nada mesmo!
...E eu adoro você!!!!
É uma delícia te ler...rsrsrs.
Hoje vi que me identifico c/ algumas sensações suas e estou muito longe de outras e, morro de rir e de prazer c/ suas histórias, facilidade e sinceridade em escrever/viver!!!