26 fevereiro 2007

Ontem eu fui conhecer o filho do Junior. Lindo, lindo e perfeito. Tão lindo e macio, e dormiu no meu colo fazendo caretas, bochechudo e rosado. E eu ria, e ria, de tão lindo que ele é, e de perceber que eu também esperei ele, tanto... Esperei pra que ele mudasse tudo a volta, que ele renovasse. Que mudasse tanto que até o Juninho agora, parece diferente...
E eu ri tanto com o bebê no colo, e me senti tão feliz, que hoje só podia estar triste. Dormi sorrindo, e acordei chorando, angustiada. Fazia tanto tempo que eu não acordava chorando, que eu esqueci que isso podia acontecer, e de fato não acontecia desde os dias do Denis... E eu me levantei, chorosa e resignada, agradecida por ter consulta com a psiquiatra de manhã, só pra descobrir que a consulta era a tarde, e eu perdi meia manhã de trabalho a toa.
Parece que tudo o que eu queria ontem, hoje eu não quero mais. E é tão dificil eu desejar tanto uma coisa, como eu desejei que tudo mudasse, que as coisas, a vida, mudassem. Que meus sonhos acontecessem!! Eu com sonhos... Que coisa... Eu que nunca sonho nada... E agora, a única coisa que eu queria muito muito era que o tempo voltasse atrás. Pra qual tempo atrás? Eu não sei... Existiu algum, digno de ser rememorado? Revivido? Nenhum...
As pessoas são uma grande decepção. Acho que tudo, realmente, caiu agora em cima da miha cabeça. As coisas não vão mudar. Nada vai mudar. Tudo vai ser assim, até o fim. As pessoas também não mudam, por mais que a gente deseje, queira. E é tão simples, e tão pouco... É quase nada, mas até isso é demais pra se fazer por uma razão vã, e aí se descobre que a razão é vã porque o sentimento é vazio. E é tão duro descobrir as mentiras das pessoas à volta, a falsidade... Descobrir que todo mundo, o mundo inteiro mente sim. A gente também, e ai, a gente não sabe direito o que é pior, se descobrir as mentiras, ou descobrir que aquela certeza, simplesmente não existiu.
Hoje eu senti uma saudade da minha irmã... Da minha mãe... Ela não me dava colo, mas me dava tanta segurança, que mesmo esperando, eu arregalei os olhos de surpresa quando ela morreu... Ela foi e eu fiquei...
Como se faz pra prosseguir quando toda a vontade morre? Segue em frente, mesmo cansado, exausto? Mesmo que a única coisa que se quer é deitar e dormir? Se enrolar e esquecer todo o caminho? Levanta e segue em frente sempre, senão... Senão o que? Senão as pessoas vão dizer que se é um perdedor? Um fracassado? Um perdido? Mas no sono essas palavras não podem ser ouvidas, e só o que importa é aquela paz...

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