03 novembro 2006

Hoje eu me peguei triiiiste lá no Saemja.... Ah, sim... Bem triste mesmo. De manhã teve uma tristeza mágica feita de fog, que cobriu a cidade. Sim... É uma cidade tão triste, de gente tão triste... Não é o lugar ideal pra uma pessoa como eu viver, não, não!
Só que agora é o meu lar, por mais que eu tenha resistido, agora é aqui que eu vou ficar, sim, e deitar do lado da minha mãe, e perto do Carlo, e sonhar que simplesmente é assim que as coisas vão ser, que vai ser como rever os amigos, voltar pra casa, voltar pro útero, sei lá...
Não, esse, definitivamente, não é o lugar certo pra mim. Aqui é triste demais. E é comc erta dor que eu digo que eu também sou triste demais. Triste desde sempre, desde que eu me lembro. Tão triste que eu chorava, e ainda choro, quando alguma coisa realmente boa acontece, mas acontece tão pouco...
Quando é que se deixa de ser pessoa pra ser uma pessoa triste? Mãe! No que foi que você me transformou afinal de contas???? Se não fosse algo tão lugar comum, eu diria: Eu nem pedi pra nascer!!! Mas eu já falei isso várias vezes. A velha frase que vem programada no nosso cérebro e se ativa automaticamente dependendo dos níveis hormonais. Eu sou a pessoa mais lugar comum que existe no mundo. Devo ser!
O tempo está passando. E rápido! Zunindo no meu ouvido. O tempo está passando, e eu parei no meio do caminho! Eu tenho medo disso, de tudo passando e acontecendo, e eu, de alguma maneira, presa aqui, e todo o resto correndo a volta, e eu aqui! É desse tempo perdido que eu tenho mais medo, sim, e ao mesmo tempo, esse medo não me faz correr, ele me paraliza, e meu Deus!, eu ainda tenho um mundo inteiro pra ver, pra conhecer, e mais da metade da minha vida já se foi. Eu quero lembrar que o tempo passa muito rápido, ms eu nem lembro que já sou addulta! Ainda olho pras tudo como se fosse a primeira vez...
Eu não estou triste demais agora. Eu sou triste demais sempre. E tenho um ódio secreto de gente muito feliz. Como ser feliz numa miséria de mundo igual a esse? É muita futilidade, crueldade... A gente tinha que estar assim. Ter consciência da vida é um poder maior do que a gente pode suportar, ou pelo menos do que eu posso, mas perder a consciência de tudo, talvez seja o medo mais secreto, o derradeiro, desde sempre. E eu no meio dessa gangorra, de uma balança que cada hora pende pra um lado.
Ontem eu estava com muita raiva do mundo, e fui lá fora depois que o Rodolfo saiu, e bati no meu saco de porrada. Coloquei uma máscara nele e bati. Dessa vez não foi o meu chefe que eu espanquei, e sim uma pessoa que espreita de longe. Incrivel ter tanta raiva de uma pessoa que eu não conheço pessoalmente, mas era tanta raiva, que hoje acordei com dor nos braços e no punho. Eu queria ter ela aqui na minha frente, pra poder esmerilhar, como já dizia uma conhecida...
Se eu pensar bem, é engraçado sentir tanta raiva. Eu tento tanto não sentir raiva de ninguém... Eu não ligo pr asexo. Eu não tenho fantasias eróticas. Eu penso em machucar as pessoas o tempo todo. O tempo todo... De todo jeito. Com sangue, ou com lágrimas escorrendo, o importante é conseguir fazer as pessoas perderem alguma coisa, e desde que eu me entendo por gente, é assim que as coisas são.
Talvez o certo não seja não sentir raiva, mas sim não sentir nada. E se existir alguma receita secreta pra fazer com que a gente pare de sentir, ah, por favor!, experimentem em mim!!!!
Eu sinto tudo demais! Eu queria que o pardalzinho tivesse sobrevivido!
Tem uma pequena abelha que aparece quase diariamente no meu trabalho. Não é a mesma de sempre, porque abelhas só vivem cerca de um mês. Será que elas carregam as informações via DNA? E todas as descendentes daquela UMA abelha vão vir me ver e me cheirar?
Eu deixo ela pousar em mim. Sinto o ventinho das asinhas dela, enquanto ela chega bem perto e pousa na minha mão, no meu nariz. Eu posso observar ela bem de perto quando fico quieta e deixo ela pousar. Ela parece ter polainas nas pernas, e se limpa o tempo todo. E Deus me livre, mas quando o DNA falhar e ela parar de aparecer aqui, vou sentir falta da abelha!

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