11 julho 2011

A BRUXARIA E OS PRIMÓRDIOS DA WICCA

A princípio, a maior parte das pessoas, quando pensa em bruxaria, imagina algo na linha Harry Potter. Uma coisa incrível! E o que é algo incrível? Algo impossível de se crer, como contos de fadas. Ou ainda há quem imagine que qualquer tipo de bruxaria ou magia, é ligado ao satanismo, ou culto de energias “do mal”.

No entanto, a bruxaria é real! E não, ela não está ligada ao capeta!

O inicio da bruxaria remonta à época do paleolítico, à pelo menos 25 mil anos atrás, e por séculos antes do cristianismo, já era considerada uma religião organizada. No início da vida em grupo, onde o homem dependia da caça para subsistência, e em tudo o que envolvia a caça, tais como a saúde dos guerreiros, materiais para confeccionar armas, um clima propício para a atividade, e a presença dos animais que serviam não apenas de alimento, mas era também de onde tiravam materiais para confeccionar vários outros utensílios, a natureza parecia por demais impressionante para não ser notada e respeitada.

Cada evento natural e sua energia específica passaram a ser relacionadas a uma divindade, ou a um deus. O Deus da caça, o mais importante de todos, que era o que provia o sustento dos grupos, era representado por um homem de chifres, provavelmente porque a maioria dos animais também possuía chifres, e assim, pela primeira vez, magia e religião começaram a andar juntas.

De início a primeira forma de magia usada deve ter sido a simpática, que relacionava similaridades, e os homens passaram a criar rituais onde representavam o sucesso da caça numa prévia da caçada real, esperando assim conseguir sucesso em sua empreitada. Várias pinturas representando tais caçadas foram encontradas e podem ser vistas até hoje, representando rituais de caça e a caça em si. Também figuras feitas de barro usadas em rituais foram achadas. Até a atualidade esse tipo de magia foi usado por algumas tribos de índios, por exemplo.

Com o início do simbolismo do Deus da caça, criou-se também uma Deusa, e seus rituais evoluíram juntos. Para que a caça pudesse dar certo, era necessário que os animais fossem férteis e procriassem, para que alimento nunca faltasse às tribos. Assim também era necessário que os homens dessem continuidade à sua espécie através de filhos, que ao crescerem, também caçariam buscando o sustento da família e de seu grupo. Com isso a fertilidade entre homem e mulher era extremamente importante. Teve inicio ai, os primeiros cultos de adoração de uma Deusa da Fertilidade, que foi representada por várias esculturas encontradas em sítios arqueológicos, tais como uma das mais conhecidas, a Vênus de Willendorf. Nessa representação, os atributos femininos de fertilidade são exaltados tais como grandes nádegas, e seios fartos e pesados, representando uma possível gravidez. Com a preocupação focada na fertilidade, essas figuras mostravam poucos detalhes além desses. Não exibiam face, e outros membros eram meramente sugeridos.

A mulher, como geradora e cuidadora das novas vidas da tribo, e conseqüentemente, de sua continuação, era representada pela Deusa, a Grande Provedora, Mãe Natureza, ou Mãe Terra.

A partir daí, o ser humano foi evoluindo, e com isso seus métodos de sobrevivência, assim como foi se desenvolvendo sua vida em sociedade. Os homens começam a ficar menos nômades, e se envolvem na agricultura, começando a criar laços com os lugares onde plantam, e se fixando nestes lugares.

Com isso o culto a imagem da Deusa ganhou mais importância, pois ela deveria prover também a fertilidade dos campos e das colheitas, além da dos animais e dos indivíduos que faziam parte da tribo. O ano foi dividido em duas partes iguais. Em uma, onde era verão e o sol brilhava, era possível plantar e colher, e a alimentação da tribo era conseguida através das colheitas, a Deusa imperava. Na outra, o inverno, a alimentação era feita através da caça, então o Deus predominava.

Outras divindades que antes tinham mais importância,como a do vento, do trovão e etc. passaram à segundo plano, em face a importância da subsistência da tribo.

De maneira lenta e natural, a religião foi se desenvolvendo junto ao desenvolvimento humano. Grupos se separaram, e seus Deuses os acompanharam, e conforme lugares, países e comunidades se desenvolviam, os Deuses ganhavam nomes e características locais, ainda que fosse a mesma divindade.

Conforme as tribos foram se estabelecendo e o homem passou a aprender a melhorar a agricultura e a estocar comida para o inverno, assim como começou a criar seus próprios rebanhos, a caça foi relegada a um segundo plano, fazendo com que o Deus se tornasse menos o Deus da caça e mais um Deus da Natureza em geral, ou até mesmo um Deus da Morte.

Conforme os rituais aos Deuses foram se desenvolvendo, um sacerdócio para esses rituais foi criado. Pessoas selecionadas na tribo tinham a responsabilidade de dirigir os rituais e se tornar a ligação entre os Deuses e seus fiéis. Em alguns lugares da Europa, esses sacerdotes e sacerdotisas, ficaram conhecidos como Wicca, ou “Sábios”.

Cada líder, nessa época, consultava freqüentemente seus conselhos de Sábios, e praticamente não podiam dar nenhum passo sem sua aprovação ou conselho. Os Wicca dirigiam os rituais, se comunicavam com os Deuses, agiam como médicos, curandeiros, conselheiros, magos e adivinhos, e eram profundamente respeitados pelas pessoas das comunidades e por seus líderes.


Continua...

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