14 agosto 2011


O melhor domingo! Aquele onde não precisamos nos preocupar em acordar cedo na segunda-feira. Amanhá é dia de Jaú, ainda que eu não entenda o motivo da comemoração. Eu não me importo mesmo em trabalhar de segunda à sexta. Quanto mais dias eu passo trancada, mais pirada eu fico, e bem, todo mundo que me conhece sabe o quanto eu posso simplesmente ficar pirada de uma hora para outra.
Hoje cedo assisti Nosso Lar, e eis que ai embaixo, clicando na foto, vai o link pra baixar caso alguem se interesse. O Mestre mandou assistir, e tudo o que o mestre mandar, feremos todos! ^^
É um filme bonito e triste, que fala de morte, ou talvez de vida, sempre. Ou de não morte. Abre caminho para vários pensamentos, várias indagações, e bem, eu simplesmente sou um poço de indagações. Ocasionalmente eu penso que não deveria me envolver tanto com qualquer coisa que me faça indagar so much!
Pensando nisso, penso em várias coisas. Meu apego material... Eu sou materialista até o osso! Não é nada do tipo, muita grana, grandes viagens, high society! É algo tipo... Lutei tanto pra permanecer viva nesse corpinho! Eu quero continuar pra sempre!!! Talvez esse não seja o pensamento mais correto de se ter, e depois de certos acontecimentos passados, creiam-me, eu tenho muito mais cuidado com meus pensamentos agora. Qualquer motivo que me faça pensar em morte, e vida após a morte, me faz, obviamente, pensar na minha mãe, e incrivelmente, no Luciano! o.O
O filme é tão legal que me dá vontade absurda de acreditar, ainda que eu não goste nada de espiritismo. Nossas idéias não são compatíveis. Sinto muito, mas...
Caso fosse verdadeiro, penso no lugar onde minha mãe, pequena e frágil foi parar, ela que seria um tipo não muito único de suicida, pois tratou de começar a se matar desde o dia que teve consciência de si mesma, creio eu. E bem, pensando nisso, penso em mim, que claro, vou no mesmo caminho dela já, a muitos anos. Me dá um tédio de tentar mudar as coisas agora eu acho... O caminho já está praticamente traçado. Ou não.
A gente gosta de pensar que é especial. Eu me acho especial de várias maneiras. Positivas e também negativas, talvez. Nada de especial no sentimento de ser especial. Infelizmente, ser comum é uma grande tristeza, mas é pra 'comunidade' que temos que caminhar. Como um gigantesco formigueiro sem nenhuma formiga, só gente, que pensa como gente, com o egoismo que as pessoas costumam pensar. Porra, mas de onde é que a gente veio pra termos as idéias mais absurdas???
Ninguém quer nada disso. A gente quer ser legal. Viver uma vida mais ou menos, e um pouco mais pra mais. Nada de sensacional mesmo. A maioria só quer é viver. Fazemos as coisas mais complexas quando na verdade, só queremos mesmo é sobreviver sem muita frescura, sem muita coisa. Aí acontecem as situações mais bizarras que nos jogam em lugares absurdos no tempo e espaço. Como Jaú!
Bom, foda-se quem não gosta do Rio! O Rio é sensacional! Foi muito bom pra mim! Se a minha infância foi um terror, minha adolescência foi quase legal, eu diria. A gente era muito descolado, bastante cool, lá na rua da feira. Um grupo grande de garotos e poucas garotas, muito, mas muito loucos mesmo, que só queriam fazer coisas! Eu era muito literária na infância, e depois conheci jovens muito cultos e inteligentes, e totalmente loucos! Bem, ao contrário do que se dizia, era possível unir drogas e inteligência, e cultura. Pelo menos naquele tempo. Claro que não dá pra entender isso nascendo e se criando aqui! O Rio tinha de tudo em relação à desenvolvimento cultural, e as drogas potencializavam aquele TUDO. Era um adendo, não era o principal. Ocasionalmente a gente ficava viciado, mas esse era o preço né? Eu era sóuma minazinha gordinha me enturmando, e começando a mostrar pro mundo que eu tinha um cérebro. Confuso, mas ainda assim um cérebro, e que funcionava muito bem! Eu estava absorvendo tudo! Jovens liberais que fazem de tudo são um perigo pra mente, e a gente queria mesmo tudo! Saudosos tempos em que eu escrevia em daily bases, e era uma bela de uma vagabundinha de 14 anos, querendo dar, dar, dar, e de fato, dando, dando, dando! \o/ Nunca tive muita culpa a esse respeito, com a graça dos Deuses! Eu queria experimentar. E bem, eu experimentei mesmo, de tudo que passou na minha frente.
Acho que muito daquilo ali serve ainda hoje pro meu julgamento do mundo a minha volta, e não sei se isso é bom ou ruim. Depois da nossa linda juventude, a maioria de nós, ou pelo menos dos que sobreviveram, porque é um fato que tinhamos a mania de morrer muito jovens, se voltaram para uma vida normal. Normalmente normal, com esposa/marido, filhos, empregos, coisas e mais coisas... Eu não sei onde eu me perdi nisso tudo. Não era pra eu também ter sido assim afinal de contas?
Não importa o quanto glorioso pode ser ter uma personalidade bizarra e única. Nada disso paga o preço de se estar sozinho no entendimento do mundo. Afinal, é tão ruim mesmo dançar pagode, ver novela, cuidar do boletim dos filhos e passar a camisa do marido? A vida de gado é ruim mesmo? Ou isso é uma desculpa dos hiperativos pra tentarmos provar que nossa vida é mais legal que a da grande maioria 'feliz'. Ou na verdade o importante não é ser feliz, é se ligar nas coisas, certo?
Conversando ocasionalmente com algumas tias, já adulta, eu soube que era uma criança bizarra. Sem graça e meio no canto. Bonitinha até, mas não cativante. E na maioria das vezes, as pessoas tinham medo de falar conosco, ou brincar, porque tinham medo das reações bizarras da minha mãe. Isso não é começar a vida com o pé direito, não é mesmo? =/
Viver nessa espécie incomum de solidão me fez pensar demais. E ai entra um adendo. Eu sempre me achei especial porque pensava demais!!! Eu achei mesmo que alguma coisa de bizarra e sensacional iria me acontecer, não necessariamente para o bem, mas enfim. Algo iria acontecer! E não aconteceu! Uma frustração né? Depois de largar o vício, efetivamente, depois de tudo e tudo e tudo, e anos de coisas loucas, eu era uma espécie de 'escolhida'. Ou como minha psicóloga dizia, Deus gostava muito de mim! Eu não duvido. Eu também gosto dele. Mas, bem, Deus gosta de todo mundo. Especiais ou não, gado ou não, as potências divinas tratam de todos nós da mesma maneira.
Eu tenho pouca fé, e hoje entendo qdo a Vivian me dizia que a fé deve ser exercitada. De fato. Hoje tenho que exercitar muito, talvez pelo descaso com ela a vida inteira. Ocasionalmente, em alguns momentos, largo tudo, tudo, fé, esperança, boa vontade, ocultismo, e passo alguns momentos sendo só uma pessoa sem nada. Aquela que o corpo vai apodrecer e pra todos os efeitos, vai fechar os olhos pra sempre, mas sabe de uma coisa? Eu sinto falta da minha fé. Sinto um vazio absurdo. Preciso de algo. Talvez seja só tapar o sol com a peneira. Talvez não exista nada. Mas e dai? Quem é que liga? Tem que ser muito macho pra passar pelo mundo vazio de tudo, e eu não sou assim. Eu gosto de ter consolo, e gosto de sentir a mão de Deus me acariciando e me amparando. É uma mão gigante, tipo a do king long, mas não peluda! ^^
Meu Deus é branco! hehehe
Muitas das coisas de hoje em dia, eu não pedi. Mas não corri delas tampouco. Se estou insatisfeita com algo, bem, eu simplesmente posso mudar de caminho. O meu caminho, infelizmente não é o caminho do meu desejo. Eu queria a vida comum, de verdade. Foda-se ser especial! Eu não preciso mais disso agora, do que precisei antes, apesar desse desejo intimo de 'fazer a diferença' que na verdade todos nós temos. Ninguem precisa. Ou melhor, os coitados talvez precisem. Ter que aparecer de alguma maneira, qualquer maneira, pra poder ser algo que se sobresaia no meio de tanta frustração! Eu tenho a vida bizarra de uma pessoa que jamais sai de casa, ou se comunica com outros pessoalmente, e cada vez fica mais dificil o envolvimento com elas. Admiro a vida em sociedade, mas não é pra mim! Ser especial, bem, isso eu já sou mesmo né? Afinal, eu sou Deus pros meus companheiros de jornada, e eu me conheço bem pra saber os meus limites, e os poderes que possuo. Agora chega! É só permanecer viva e satisfatoriamente bem pelo tempo que me resta.
Eu sinto ocasional inveja da vida comum da minha irmã, e vendo a felicidade dela, nos dias de hoje, me pergunto se é mesmo necessário se sobresair! É mesmo necessário? Ela se sobresai justamente pela felicidade da vida comum, inserida num todo, com sua família unida e simples, com problemas, esperanças e tudo mais que todos desejam, e poucos alcançam! Ela alcançou! Parabéns! Não é essa tranquilidade que todos almejam?
Morando aqui em Jaú, ainda que longe de todos, vejo algumas pessoas com uma sanha de aparecer! De ser! Uma carência de admiração alheia! Que merda heim! Falando com o Aderson outro dia, conversamos sobre como Jaú, essa pequena sociedade que não diz nada pra ninguem que está fora daqui, é apenas uma preparação pro maior. Sabiamente o Aderson comentou que aqui tudo é fácil, até ser importante é fácil. Mas e num lugar de mentes afiadas? Num lugar de desafios verdadeiros? Desde que cheguei aqui, tive muito poucos desafios intelectuais. Pouquissimas pessoas com quem conversar, ou trocar, ou simplesmente escutar. Tudo o que acrescenta, vem de fora. Talvez eu ainda não tenha dado muita sorte, e depois de várias tentativas, eu simplesmente escolhi deixar esse lugar pra lá, ainda que esteja aqui dentro. A vida da sociedade não é a minha mesmo. Não adianta tentar muito, por alguns motivos. Porque é uma experiência aterradora perceber que o que traz emoção e expectativa pras pessoas daqui não me diz nada. 96% das pessoas tem a mente fechada pra maioria das coisas que realmente poderiam me importar, e o que abre suas mentes são coisas que, bem, sei lá, nem ao menos faz sentido pra mim. Porque eu não consigo decorar o sobrenome nem da Rubita, que é uma pessoa com quem de fato me preocupo, quanto mais desse resto que não me diz nada! hahaha
Comecei falando sobre vida após a morte e terminei falando sobre vida dentro da vida. Bom, muito bom... E o mestre ainda me diz que sou monossilábica!!! ^^

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