13 junho 2011

Todo mundo tem dúvidas. Eu tenho todas as dúvidas do mundo.
De um tempo pra cá me sinto mais estranha, triste, desesperada, sozinha do que sempre...
Não é legal ser triste sabem? Não tem glamour nenhum, e com o tempo vai ficando muito chato.
Lendo algumas postagens mais antigas, eu vi que de fato, eu sou muito triste. Coisas tristes acontecem comigo. Sou muito muito solitária, e me sinto resentida com isso. Por outro lado, não confio em ningém, e com certeza não deixaria ninguem mais no mundo se aproximar de mim.
Não existe ninguem no mundo que me inspire confiança, e de quem eu gostaria de ter proximidade. Nem minha irmã, e nem algum dos meus... 'amigos'.
Essas pessoas estão tão distantes, que não sinto vontade de tê-los por perto.
É uma situação estranha, nao? Pensar sobre isso me faz sentir não apenas triste e desanimada. Eu começo a duvidar um pouco de minha sanidade nessas horas. Será possível que eu estou ficando meio maluca?
Ficar tanto tempo pensando em coisas cada dia mais bizarras me faz ficar confusa, mas por outro lado, convenhamos, nascemos sozinhos e morremos sozinhos. Na verdade estamos sozinhos o tempo todo, e nossas convenções sociais são uma maquiagem pra não enxergarmos nosso 'Eu' verdadeiro.
Várias vezes por dia me pergunto por qual motivo tenho procurado tantas respostas no oculto, nas grandes artes. Eu preciso achar alguma coisa! Qualquer coisa que me prove que não é só isso aqui! Não entendo como as pessoas podem suportar caminhar nesse mundo em meio a dúvidas, mas na verdade eu vejo. A maioria não tem dúvida nenhuma. Ou não se importam. Não querem saber. Ignorance is bliss...
Algumas vezes as coisas acontecem com precisão, e de maneira simplesmente mágica as coisas são colocadas a minha frente. Provas são dadas, e então, todas as dúvidas voltam, e tudo o que estava claro e certo desaparece, e as perguntas voltam.
Sempre sempre oscilando. Balançando de um lado pra outro, tentando acertar pra onde cair. É muito cansativo ter dúvidas. É chato e triste ter tantas dúvidas a ponto de achar que sem as respostas nada mais faz sentido, e pra mim, nunca faz! Ter que viver diariamente com uma existência estranha e inimiga, me deixa esgotada demais. Eu sou uma pessoa só. Descartável pro mundo. Não posso fazer diferença. Tenho as dúvidas, mas não sei fazer as perguntas. Sou estática, não consigo ver nas entrelinhas. Minha imaginação me prega peças. Meu espírito é pobre. Eu não tenho qualidades admiráveis. Eu sou um nada.
Hoje conversei por muito tempo com o mestre Khamus. É uma coisa muito estranha e impressionante achar alguem disposto a escutar, orientar e ajudar. Ele me falou boas coisas hoje, apesar do histórico de conselheiro pouco habilidoso, e eu espero que ele leia isso e saiba que hoje ele ganhou pontos positivos como conselheiro.
É um grande desespero ser sozinho. Sozinho de verdade. É horrivel. E em algumas horas a solidão simplesmente se fecha em torno de você e não deixa que nada mais seja visto, ou sentido alem daquela horrivel sensação de vazio. De não ter ninguem, porque no mundo importa mesmo, de verdade, muito pouco o que se tem, quando não se tem ninguem pra compartilhar. Não ter pra quem contar as vitorias, ou chorar as derrotas... Então agradeço o mestre Khamus que me 'escutou' por algumas horas hoje e me fez querer sair daquele poço onde eu me escondo todo dia.
As vezes vejo algumas pessoas reclamando e reclamando. Pessoas que tem coisas que eu invejo e ambiciono, e sei que nunca vou ter. Como um pai e uma mãe. Eu sei o quanto familias podem ser destrutivas, e o quanto eu tive sorte de ter saido praticamente ilesa da minha, mas mesmo assim, mesmo assim!, eu queria tanto alguem que cuidasse de mim, e olhasse por mim, e se preocupasse.
Será que essas pessoas tem noção de como elas reclamam de barriga cheia? Tento praticamente tudo! Saúde, família, apoio. O que faz dinheiro ser tão importante se eu sei, que algumas das coisas mais legais que fiz na vida foi sem nenhum puto no bolso!?
Gente que reclama mas que tem amigos! Conhecidos, identidade, memórias de infância! Minhas mamórias de infância são sempre apavorada num canto, tentando passar desapercebida, ou então brincando no quarto, sozinha. Olhando a vida de longe, dentro de uma casa de doidos! E eu vejo as pessoas reclamando da vida delas, e eu me vejo aqui, nessa casa, sozinha, tentado nunca desistir, não usar todas as fugas estúpidas que eu usei a vida toda!!! Tentando acreditar que tudo vai MESMO melhorar! Porque a vida é cíclica, e eu acredito nisso! E eu sei que essas pessoas que tanto se lamentam, amanhã vão esquecer essas palavras. Para que essas pessoas ligam? Com o que elas se importam? É tudo sempre, tão fútil...

Um comentário:

KhamuS ArgoS disse...

"Um ancião índio norte-americano, certa vez, descreveu seus conflitos internos da seguinte maneira:
- Dentro de mim há dois cachorros. Um deles é cruel e mau. O outro é muito bom, e eles estão sempre brigando.

Quando lhe perguntaram qual cachorro ganhava a briga, o ancião parou, refletiu e respondeu:
- Aquele que eu alimento mais frequentemente."
Paulo C.